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Especialista em transporte destaca importância de discutir mobilidade com recorte de gênero

A mobilidade urbana é um tema que afeta diretamente a vida das pessoas, seja no acesso ao trabalho, escola, lazer, saúde ou em outras atividades do cotidiano. Neste sentido, o projeto AcessoCidades realiza nesta segunda e terça-feira, 27 e 28, entrevista com atores-chave para discutir sobre a mobilidade urbana em Palmas com recorte em classe, gênero e raça, por entender ser fundamental para garantir que as políticas públicas atendam às necessidades de todos os cidadãos, levando em conta suas especificidades e desafios enfrentados. Depois das rodadas de entrevistas, a programação do projeto segue nesta quarta-feira, 1º, com oficina intersetorial, elaboração de diagnóstico, dinâmicas para discussões coletivas e Benchmarking de boas práticas e planos de mobilidade (confira a programação completa no final do texto).

Nesta perspectiva, a técnica em transporte contratada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade responsável pelo projeto, Haydee Svab, ressalta a importância de se discutir a mobilidade urbana com um olhar atento às questões de gênero. Segundo ela, é preciso considerar as diferenças de acesso e uso dos meios de transporte por homens e mulheres para que as políticas públicas possam ser mais efetivas.

Haydee aponta que a mobilidade urbana é um direito de todos, mas que ainda existem muitas desigualdades no acesso aos meios de transporte e na segurança das vias públicas. “As mulheres, por exemplo, têm uma percepção de segurança diferente do homem. As mulheres, muitas vezes, têm medo de serem assediadas ou sofrerem algum tipo de violência contra seus corpos; os homens, em geral, têm medo de violência patrimonial. Por isso, é importante entender essa diferença. Então, se as políticas de mobilidade urbana promovem uma sensação de segurança melhor para a mulher, necessariamente haverá mais sensação de segurança para o homem”, explicou.

A técnica em transporte reforça ainda que “melhorar as cidades às mulheres – mulheres negras, mulheres mães e mulheres periféricas, melhora a cidade para todos. Quando se tem um olhar voltado para os mais vulneráveis, os menos vulneráveis também são atendidos.”

Mas, para que isso seja uma realidade, a especialista acredita que é preciso considerar as necessidades específicas das mulheres na hora de planejar a mobilidade urbana, uma vez que elas, geralmente, precisam conciliar múltiplas atividades, como trabalho, estudos e cuidados com a família. Isso pode afetar suas rotinas e sua escolha. Segundo ela, esse olhar deve garantir que políticas públicas atendam além da demanda de ir e vir do trabalho, mas pensem na segurança e acessibilidade das vias públicas para as mulheres, o que inclui iluminação adequada e design de ruas e calçadas que levem em conta suas necessidades.

A mobilidade como um todo, de acordo com Haydee, foi pensada por décadas dentro de uma lógica ‘casa-trabalho-trabalho-casa’. “Mas isso é muito mais correspondente ao trabalhador homem, já que a mulher, ainda que trabalhadora, tem um padrão que requer mais baldeações, por necessitar de mais de um trecho ou trajeto. Ela também demanda muito mais infraestrutura de calçadas, isso faz com que ela vivencie a cidade de uma maneira diferente do homem”. Nesse pensamento, a técnica defende que o planejamento da mobilidade urbana precisa ter um olhar mais amplo e inclusivo, de forma a garantir que todas as pessoas tenham acesso à cidade e possam exercer seus direitos.

Atores-chave

No sentido de promover esse tema bastante complexo, desde segunda-feira técnicas da Frente Nacional de Prefeitos estão realizando uma série de entrevistas e rodas de discussão para mapear a situação do sistema de mobilidade urbana na Capital, voltadas para as desigualdades de classe, raça e gênero. Na manhã desta terça-feira, uma das entrevistadas foi Charleide Matos, da Associação Pérolas Negras, que compareceu à ação no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho.

Para Charleide, a mobilidade urbana, principalmente o transporte público, é um tema crucial para a qualidade de vida das pessoas e que, se mal planejada, pode tirar oportunidades de uma parcela da sociedade. “Se não temos o transporte público não tempos acesso a saúde, a educação, ao lazer, ao trabalho. Ao discutir a mobilidade com recorte em gênero e raça, é possível garantir que as políticas públicas atendam às necessidades de todos os cidadãos, diminuindo as desigualdades no acesso aos meios de transporte e na segurança das vias públicas.”

O AcessoCidades é uma promoção da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), com o apoio da União Europeia, que em Palmas promove uma série de encontros com diversas lideranças e representantes de diferentes grupos e organizações sociais, que participam de diagnósticos qualitativos. Os dados servirão para embasamento das ações efetivas no Plano de Mobilidade Urbana de Palmas (PlanMob).

Confira a programação

28/02 (2° dia) – Espaço Cultural José Gomes Sobrinho
Manhã – 8 às 18 horas – Entrevista com atores chaves para o planejamento da mobilidade com foco nas desigualdades de classe, raça e gênero
Noite – 18 às 21 horas – Grupo de discussão com recorte de gênero/raça
 
01/03 (3° dia) – Auditório do Senai
Manhã – 9 horas – Oficina intersetorial e participativa com autoridades
Desigualdade de classe, raça e gênero na mobilidade e acessibilidade urbana de Palmas
Diagnóstico local e desafios identificados
Dinâmica para as discussões coletivas dos problemas, pontos críticos e prioridades na mobilidade urbana de Palmas
Compartilhamentos de discussões

Tarde – 14 horas
Benchmarking de boas práticas e planos de mobilidade com foco nas desigualdades de classe, raça e gênero
Dinâmica para discussões de idéias e ações para o Plano de Mobilidade de Palmas 
Compartilhamento de discussões
 

Texto: Wédila Jacome / Secom

Edição: Secom Palmas

Fonte: https://agenciapalmas.com/Noticia/232214/especialista-em-transporte-destaca-importancia-de-discutir-mobilidade-com-recorte-de-genero

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APRESENTAÇÃO

O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável PLANMOB está sendo desenvolvido pelo Consórcio PlanMob Palmas, composto pelas empresas: Instituto da Mobilidade Sustentável – Ruaviva, Tecnotran Engenheiros Consultores Ltda, Quanta Consultoria Ltda.

EXECUÇÃO

O trabalho está sendo realizado pela empresa Cidade Viva Engenheiros e Arquitetos Associados, especialista em mobilidade urbana e transporte público coletivo.

REALIZAÇÃO

Prefeitura do Município de Palmas (TO) através da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana

Endereços e Contatos

Consórcio PlanMob Palmas
Rua Bueno Brandão, 309. Floresta. Belo Horizonte (MG)
CEP: 31.010-060
(31) 3224-0906
contato.cidadeviva@gmail.com

Prefeitura de Palmas
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63 3212-7570 sesmu@palmas.to.gov.br
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